quarta-feira, 8 de junho de 2011

Greve por tempo indeterminado.





Ontem, dia 7 de junho de 2011, os professores da rede estadual de educação, em assembléia lotada, decidiram pela greve por tempo indeterminado. Depois seguiram para a escadaria da Alerj, junto aos bombeiros.

Sempre fui estudante da rede pública e enfrentei muitas greves. Porém é a primeira vez que encaro uma greve como professora. Fiquei impressionada com a assembléia lotada, com a organização e as colocações pontuais e conscientes. Decidi também pela greve.

Sei o quanto a decisão de greve é danosa para os alunos já tão carentes e desassistidos. Espero que os alunos compreendam os motivos que levaram os professores a esse ato extremo. Sim, considero a greve um ato extremo, quando nada mais tem eficácia. Poderia dizer inúmeros motivos para estar aderindo à greve: falta de material para trabalhar, falta de espaço, escolas sem bibliotecas, sem refrigeração adequada, sem alimentação para os alunos etc etc etc. Sem falar do tal plano de metas que é ridículo e só fará piorar a qualidade da educação. De todos os motivos, talvez, o mais incontestável seja o salário de miséria que faz os professores estaduais terem várias outras matriculas e/ou empregos, o que diminui, consideravelmente, a nossa dedicação no preparo das aulas para cada turma.

Finalmente, considero vergonhoso e injusto ter estudado 4 anos de faculdade mais 2 anos e meio de mestrado e receber menos de 700 reais de salário de professora. Não! Não é esse salário que um professor da rede estadual de educação do Rio de Janeiro merece receber por mês, enquanto nossos políticos recebem salários e regalias milionárias.

Estou em greve hoje por um sistema educacional melhor no Rio de Janeiro do futuro.

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